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Mais oportunidades… Mais responsabilidades!

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O flagrante alívio vigente no custo das principais commodities da alimentação animal (milho e soja/farelo), tem como razão as generosas super safras produzidas e a recomposição dos estoques por aqui e acolá, muito embora, a influência da diminuição global no ritmo demandador dos produtos agrícolas observada no médio prazo, não pode nem deve ser desprezada. A combinação desses e outros fatores determina uma volatilidade considerável e pode provocar grandes desvios de tendências nos preços agrícolas à longo prazo.

Essa é a perspectiva traçada para os próximos dez anos por especialistas de diferentes organizações e membros da OCDE e da FAO, registrada na mais recente edição do Agricultural Outlook 2017/2026 e baseada nos preços médios dos cereais, carnes e derivados lácteos que diminuíram consideravelmente, quando comparados àqueles praticados na última década, época caracterizada principalmente pela demanda da indústria de alimentação animal chinesa que demandava quase 6% mais a cada ano.

O mesmo relatório menciona, inclusive, alguma limitação do consumo de carne motivada pela preferência por outras proteínas (peixes, derivados lácteos, e vegetais por exemplo), pelas tendências no estilo de vida contemporâneo (vegetarianismo/veganismo), pela diminuição do poder de compra, e até pelas restrições no suprimento, sendo que, a coexistência da “insegurança” alimentar e a “má ”-nutrição persistente continuarão desafiando e preocupando a comunidade global.

Outra constatação é que a mobilização da área global para cereais aumentará apenas marginalmente e o avanço da produção agrícola dependerá principalmente do incremento da produtividade. Além disso, o aumento na oferta de carne e lácteos resultará de rebanhos maiores e maior produtividade (embora ampliado o hiato entre os diferentes produtores), conforme prevê o estudo que aponta a produção avícola como responsável por quase metade da expansão total da produção de carne ao longo da década.

À propósito, outro estudo da FAO (Biannual Report on Global Food Markets/Food Outlook – June 2017) prevê mais estagnação e avanço de apenas 0,3% na produção mundial das carnes (somadas bovina, suína, de aves e outras) em 2017, culminando no patamar de 322 milhões de toneladas. Esse hipotético adicional (algo em torno de 1 milhão de toneladas) deverá ser modulado por algum crescimento nos Estados Unidos, Brasil, Índia e Argentina, e pela desaceleração na oferta chinesa. O superávit apurado no período 2017/2016 deve resultar principalmente da produção de carne bovina que poderá crescer 1,9%, enquanto a carne de aves poderá contribuir apenas marginalmente (avanço de 0,4%) e a carne suína retroceder ligeiramente (-0,8%) pelo terceiro ano consecutivo.

Simultaneamente, o comércio internacional contrasta, pois a FAO prevê adicional de 800 mil toneladas nas transações com as carnes (2,5%), totalizando 32 milhões de toneladas, devido principalmente ao avanço na movimentação de carne suína (4,1%), de aves (2,9%) e bovina (0,8%), particularmente resultante das importações da China, mas também do México, Chile, Coréia do Sul, Japão, Filipinas, Emirados Árabes Unidos, Vietnã, Iraque e Cingapura. Essa expansão reserva boas oportunidades de negócio para o Brasil e também para os Estados Unidos, tradicionais exportadores, seguidos pelo Canadá, Tailândia e Argentina.

O avanço na produção brasileira em 2017 (outrora previsto em 3% e revisto mais recentemente em 1%) pode redundar em 13 milhões de toneladas de carne de frango, de acordo com as previsões da Associação Brasileira de Proteína Animal/ABPA, considerando o melhor cenário para as exportações (4,4 milhões de toneladas), após a lamentável comunicação desconexa que colocou a cadeia brasileira de proteína animal em uma grave crise de credibilidade. É flagrante observar, inclusive, que durante o primeiro semestre, o Brasil exportou 6,4% menos carne de frango, embora o câmbio competitivo tenha impulsionado a receita que avançou 5,9%.

Apesar do recuo no custo da alimentação das aves em 2016/2017, a produção global patinou diante da queda do consumo e menor rentabilidade dos produtores, e com os surtos de influenza aviária altamente patogênica/ HPAI que acometeram os planteis de inúmeros países. Contudo, é oportuno registrar que o Brasil é o único país a nunca registrar um só foco da doença supramencionada, coroando o status sanitário que vem garantindo a permanência e acesso aos mercados.

Outrossim, a veloz mutação das necessidades dos consumidores domésticos e clientes internacionais, cada vez mais informados e rigorosos, tem rompido com a dinâmica tradicional, ordenado nova ótica no funcionamento da cadeia de suprimentos e sinalizado ao setor público/privado brasileiro que para satisfazê-los é necessário também garantir a transparência dos processos através da disciplina na governança e integridade na conduta.

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Para ler a matéria na íntegra, clique sobre a imagem.

Ariovaldo Zani, médico veterinário
Professor MBA/PECEGE/ESALQ/USP – arizanni@uol.com.br

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