Movida pela Revolução Industrial, boa parte da civilização ainda deslumbrada debruça-se numa suposta prosperidade de expansão ilimitada, ao mesmo tempo em que alguns dos seus integrantes ironicamente associam a ecologia ao discurso romântico dos ditos ambientalistas extravagantes.
O robusto capitalismo que revolucionou a produtividade e determinou vigoroso desenvolvimento econômico, lamentavelmente contribuiu na amplitude da desigualdade social e desemprego. Além disso, o imediatismo típico do ser humano e a busca frenética dessa sociedade pós-moderna por bem estar imprimiu crescente e continuada agressão ao meio ambiente. O aumento de 40% na produção de alimentos desde o Pós-Guerra consumiu recursos naturais em abundância, mas relegou centenas de milhares ao flagelo da fome.
Convencida da finitude física dos recursos desse nosso planeta, a ONU pariu o conceito de desenvolvimento sustentável ainda no final da década de 80, através do relatório intitulado “Nosso Futuro Comum”, pré-condicionado à idéia da ponderação simultânea, resultante dos vetores de cunho social, ambiental e econômico.
O recente pronunciamento da FAO que disponibilizou demanda recalculada por alimentos, ainda adicional e que pode alcançar 60% até metade desse século serviu para sustentar a crença de boa parte da sociedade civil contemporânea que a exploração insustentável levará à exaustão da biodiversidade e dos ecossistemas essenciais.
A contrapartida depende incondicionalmente da idealização e implementação imediata de uma “economia verde” no contexto da sustentabilidade e da erradicação da pobreza e da fome, fenômenos políticos que desafiam a capacidade humana de aumentar a produtividade utilizando menos água, terra e insumos e assim permitir o ingresso de milhões de pessoas à faixa de consumo, além de responder às indagações da sociedade urbana acerca da origem, produção, composição e custo dos alimentos e a interferência deles com a natureza.
Seguro da sua responsabilidade alinhada à nova ordem que é mitigar a emissão de CO2-equivalente por unidade de PIB e combater o aquecimento global o Sindirações publicou juntamente com pesquisadores da Embrapa, da Universidade de São Paulo e da Universidade Federal de Viçosa o livro “Nutrição Responsável” que vem sendo distribuído com intuito de demonstrar ser possível preservar para crescer.
Essas estratégias nutricionais incondicionalmente sustentáveis aplicadas à campo e que resultam na diminuição da excreção de substâncias indesejáveis e gases de efeito-estufa (preservação/ meio ambiente), auferem consideráveis ganhos no desempenho e metabolismo de aves e suínos (alimentação das pessoas/social) e finalmente valorizam a margem bruta e o índice de retorno ao produtor (remuneração e investimento/econômico), serão apresentadas durante a Conferência Rio+20.
O Sindirações espera esclarecer que a tecnologia é essencial e além disso incentivar, mesmo que minimamente, as lideranças globais na convergência para uma governança mais eficiente que encare o desafio de praticar o que foi combinado durante a Eco 92, promover a integração, implementar de forma coerente o desenvolvimento econômico e social e proteger o meio ambiente.
Vinte anos já se passaram e a oportunidade é agora para criação das políticas públicas de âmbito mundial voltadas ao futuro comum desejado.
Por Ariovaldo Zani
Fonte: Publicação Exclusiva: Avicultura Industrial e Suinocultura Industria