O Coordenador de Assuntos Regulatórios do Sindirações, Bruno Caputi, esteve presente no Simpósio Internacional “Alternativas aos Antibióticos: Desafios e Soluções em Produção Animal”, realizado na última semana de Setembro em Paris na sede da OIE – Organização Mundial da Saúde Animal. O evento foi organizado conjuntamente pela OIE, USDA – Departamento de Agricultura dos EUA e IABS – Aliança Internacional para Padronização Biológica e contou com a presença de cientistas, veterinários, legisladores e empresários de aproximadamente 40 países.
A expectativa original dos organizadores era destacar os resultados de pesquisas promissoras e novas tecnologias que oferecem alternativas aos antibióticos, de forma a avaliar os desafios associados à comercialização e uso e propor estratégias práticas para apoiar o desenvolvimento dessas tecnologias através de cinco painéis, a saber:
- Alternativas aos antibióticos: Lições da Natureza;
- Abordagens de modulação do sistema imunológico para aumentar a resistência a doenças;
- Microbioma intestinal e desenvolvimento imunológico;
- Promotores de crescimento alternativos aos antibióticos;
- Ações regulatórias para permitir o licenciamento de alternativas aos antibióticos.
Dentre as possíveis alternativas, foram apresentados estudos envolvendo peptídeos antimicrobianos, pré e pró-bióticos, metais pesados, bacteriófagos, imunomoduladores, vírus, fitonutrientes, ácidos orgânicos, óleos essenciais e enzimas. Durante as discussões, ainda foram citadas alternativas consideradas polêmicas como microbiota de animais sadios, transgenia, hormônios e B-agonistas.
A percepção da maioria dos espectadores revelou que o setor ainda carece de pesquisas adicionais para entendimento do mecanismo de ação de muitas dessas alternativas. Também existe um grande número de matérias-primas disponíveis e faz-se necessário estudar cada uma delas, assim como seus sinergismos. Os resultados ainda pecam na repetibilidade e o investimento financeiro para novas alternativas é limitado. Ficou claro também, que os órgãos reguladores precisam estar em contato com as empresas e pesquisadores desde a origem das pesquisas para que os estudos possam ser agilizados sem comprometimento da área regulatória.