SÃO PAULO – A demanda por milho para a produção de ração no Brasil deve pressionar as cotações da commodity e da alimentação animal nos próximos anos. Essa é a avaliação do vice-presidente executivo do Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações), Ariovaldo Zani.
Em 2020, o Brasil deverá produzir 85 milhões de toneladas de ração, volume que demandaria 55 milhões de toneladas de milho — o grão representa 65% da produção total de rações, segundo Zani. No ano passado, a produção brasileira de ração foi de 66,6 milhões de toneladas.
“Os estoques ficarão apertados”, explicou, citando a safra brasileira da commodity, que na temporada 2011/2012 deve alcançar 59,2 milhões de toneladas, conforme o último levantamento divulgado pela Companhia Brasileira de Abastecimento (Conab).
E a produção de rações não é o único destinação do milho produzido no país, lembra o vice-presidente do Sindirações. No ano passado, por exemplo, o Brasil exportou 9,4 milhões de toneladas de milho, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Comércio e Indústria.
No caso do farelo de soja, outro insumo utilizado na produção de ração animal, a preocupação é menor, segundo o próprio Zani. Em 2020, o setor demandará 17 milhões de toneladas de farelo.
Para este ano, o Sindirações projeta um crescimento modesto na produção de rações, em torno de 3%, a 68, 5 milhões de toneladas. “Nossa produção é reflexo da indústria de carnes”, disse Zani. Segundo ele, a crise dos países desenvolvidos gera um cenário de incertezas. “É um ano de cautela”, afirmou.
Por Luiz Henrique Mendes | Valor