Desempenho do setor e do agronegócio brasileiro aliados aos esforços de preservação e proteção ambiental marcaram o evento neste ano, que contou com a presença do ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite
O Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal – Sindirações realizou, no dia 8 de dezembro, a apresentação do balanço do setor de alimentação animal 2022 (com estimativa final de crescimento de 1,3% e produção de aproximadamente 82 milhões de toneladas de rações), seguido do tradicional jantar de confraternização com membros das empresas associadas. Neste ano, ao lado do presidente Ricardo Ribeiral e do vice-presidente executivo, Ariovaldo Zani, além dos demais membros dos conselhos administrativo e fiscal, o evento contou com a ilustre presença do ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite; da chefe geral da Embrapa Meio Ambiente, Paula Packer; do chefe geral da Embrapa Pecuária Sudeste, Alexandre Berndt; do auditor fiscal federal agropecuário, Danilo Tadashi; e de representantes de entidades sindicais, associações, inclusive com a participação dos presidentes da Federação Latino Americana da Indústria de Alimentação Animal/Feedlatina e da International Feed Industry Federation/IFIF, laboratórios, professores das Universidades; com a cobertura da grande mídia e imprensa especializada.
O pronunciamento de abertura foi feito pelo ministro Joaquim Leite, que ressaltou a participação do Brasil durante a Conferência do Clima, a Cop 27, realizada no Egito, e dos projetos realizados pelo ministério. “Mostramos o Brasil real, que vai da sua indústria e agricultura de baixa emissão, passando pelas energias renováveis. Apresentamos o gigantesco potencial de energias verdes e tivemos um papel relevante nas negociações, em especial no mercado de carbono e no apoio ao G77, dos países mais vulneráveis. Mais uma vez atuamos com protagonismo para ajudar a nova economia verde, trazendo soluções climáticas lucrativas, como o Campo Limpo – um programa que é exemplo pro mundo. Temos uma agricultura sustentável e que bate recordes de produção porque é a maior agricultura regenerativa do mundo. A gente melhora o solo a cada recorde de produção, fixando carbono nesse solo. E faz isso porque precisamos de um solo estruturado para a planta absorver os nutrientes que são depositados nela via fertilizantes. Nosso produtor bate recorde de produção, com proteção do solo contra erosão, com plantio direto, estrutura de proteção das nascentes, margens de rios e da vegetação nativa que tem dentro das propriedades em áreas que vão de 20% a 80%, conectando a agricultura a baixas emissões e créditos de carbono, atrelada a conservação florestal”, relatou o ministro.
O presidente do Sindirações, Ricardo Ribeiral, apresentou as expectativas e atenções referente ao cenário do setor para 2023, divididos em quatro ambientes: econômico, tributário, regulatório e socioambiental, e reforçou o papel do Sindirações na interação junto ao governo federal, independentemente de quem esteja no governo. “As questões do clima e meio ambiente influenciando decisões regulatórias mundialmente, principalmente na emissão de CO2. Deverá haver uma pressão para desmatamento zero, e neste sentido, temos um código florestal robusto e extremamente conservacionista, atuando com desmatamento ilegal zero. O Projeto de Autocontrole (PL 1293) extremamente moderno, daria um dinamismo ao setor e mostraria maturidade na fiscalização baseada no risco. Vale ressaltar que o nosso agronegócio é muito forte e muito bem estruturado, tendo uma força política robusta e com um papel econômico significativo no PIB nacional, incluindo a demanda global pelo produto brasileiro, com crescimento anual, sem a necessidade de qualquer nível de desmatamento ilegal. Com tecnologia, a gente vem ganhando muita produtividade e temos condições de alimentar cada vez mais a nossa população e o mundo todo”, foram alguns destaques do presidente.
Na exposição de Ariovaldo Zani, vice-presidente do Sindirações, ele trouxe a retrospectiva do período, ressaltando a volatilidade dos preços que afligiu as cadeias produtivas durante todo o ano, fomentada pelo efeito da inflação global, pela escassez na disponibilidade e trânsito dos insumos por causa dos gargalos logísticos, conflito Rússia x Ucrânia e pela exagerada desvalorização cambial (sobretudo no Brasil), pressionando a indústria de alimentação animal ao longo do período.
“Diante das conjecturas e à despeito dos inevitáveis conflitos institucionais, continuaremos reivindicando atenção dos governantes no tocante à implementação das políticas públicas, necessárias à sustentabilidade e prosperidade da cadeia produtiva, com prioridade para a Regulamentação do Autocontrole (Fiscalização baseada no risco); da Reforma Tributária (isonomia, produtividade e competitividade); da Diplomacia Comercial (acordos gerais de preferência, fortalecimento da exportação de manufaturados); e do Equilíbrio do Investimento e Planejamento Agropecuário (balanceamento justo da destinação dos recursos e incentivos).
A continuidade da sinergia entre as principais lideranças do agronegócio será fundamental para estimular os novos agentes públicos na elaboração de programas, ações e atividades desenvolvidas direta ou indiretamente pelo Estado. O Brasil desempenha um papel de protagonista global na produção e exportação de gêneros agropecuários, que continuará garantido, em boa parte pela inovação e pelo robusto potencial energético renovável, necessário ao combate dos indesejáveis efeitos das alterações climáticas”, expos Ariovaldo Zani.
Fonte: Sindirações