Beneficiada pelo cenário de queda dos preços dos grãos, a produção de ração animal no Brasil retomou a trajetória de crescimento que havia sido interrompida ano passado. No primeiro semestre, a maior parte dos setores, de bovinos a equinos, registrou crescimento. A exceção foi a produção de ração para a suinocultura, com leve retração de 0,6%.
Conforme estimativa do Sindirações, sindicato que representa a indústria de nutrição animal, a produção de ração no país totalizou 31,5 milhões de toneladas nos primeiros seis meses deste ano, incremento de 2,4% na comparação com as 30,7 milhões de toneladas produzidas no mesmo intervalo do ano passado.
Na avaliação do vice-presidente executivo do Sindirações, Ariovaldo Zani, o crescimento da produção de ração no primeiro semestre foi relevante, especialmente quando se leva em consideração o ritmo mais fraco da economia brasileira.
De acordo com Zani, o produto voltado à alimentação de gado leiteiro foi um dos destaques do semestre. Entre janeiro e junho, foram produzidas 2,6 milhões de toneladas de ração para esse tipo de gado, incremento de 5,7% ante igual intervalo do ano passado. Segundo Zani, os pecuaristas estão mais capitalizados após 2013, quando os preços do leite ao produtor tiveram fortes altas. Com isso, neste ano, há um incentivo para investir em nutrição.
A produção de ração para a pecuária de corte também registrou crescimento expressivo, segundo o executivo, de 3,2%, para 3,9 milhões de toneladas. O avanço é explicado por dois fatores. De um lado, a expectativa de que os produtores ampliem neste ano o número de bovinos criados no sistema intensivo de engorda – o confinamento. Além disso, a estiagem que atingiu o Sudeste brasileiro no início do ano, deteriorando as pastagens, ampliou a demanda por suplemento mineral.
Também houve crescimento da produção de ração para atender à avicultura de corte. A produção desse setor somou 15,3 milhões no primeiro semestre deste ano, crescimento de 2,8%. Para Zani, esse avanço poderia ser maior, caso a oferta de aves não estivesse tão “ajustada” à demanda.
Apesar de a produção de ração para suinocultura ter sido a única a se retrair, a avaliação do Sindirações é de há motivo para comemorar, pois o setor finalmente se recuperou do baque sofrido com o alto custo dos grãos visto em 2012. No primeiro semestre, o volume fabricado de ração para suínos foi de 7,2 milhões de toneladas, queda de 0,6%.