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ariovaldo

No ano passado, o Governo Federal menosprezou iniciativas voltadas ao fortalecimento da produção e recuperação da produtividade e competitividade internacional da nossa indústria (contenção do gasto público para diminuição da carga tributária e taxa de juros, guinada na política de comércio internacional, etc.), e apostou por estimular o consumo através das isenções pontuais de impostos (IPI em automóveis e linha branca), afrouxamento do crédito (Bolsa “Minha Casa Melhor” para mobiliário da Bolsa “Minha Casa, Minha Vida”), postergação do reajuste das passagens de ônibus (cidade de São Paulo, por exemplo), congelamento do preço do diesel e gasolina (efeito devastador para setor de etanol), etc.

Ao contrário da recuperação econômica verificada nos Estados Unidos, lampejos alentadores dos protagonistas na União Europeia, e razoável vigor emanado por vizinhos regionais, no Brasil a prevista deterioração do cenário econômico doméstico foi e vem sendo corroborada à cada rodada de divulgação dos índices referenciais.

Os retrocessos consecutivos do enfraquecido Índice de Atividade Econômica/IBC-Br do Banco Central, medido na indústria e comércio no terceiro (-0,21%) e quarto (-0,17%) trimestres, pressionaram o PIB que avançou apenas 2,3% em 2013. É importante alertar, contudo, que o inevitável efeito de arrasto já compromete o crescimento nesse ano corrente, cuja perspectiva é avançar 1,7%, embora alguns analistas estejam convencidos não lograr mais que 1%.

Essa combinação nefasta e sob tendência viciosa inibiu o ímpeto privado na tentativa de preservar as margens de contribuição, em resposta à queda da demanda provocada pelo encarecimento dos preços e assim por diante, já que o investimento em 2013 atingiu meros 18,4% e a renda per capita do brasileiro não ultrapassou a barreira dos 10 mil dólares.

A inflação medida em 2013 (IPCA 5,9%) bem mais próxima do teto (6,5%) do que da meta (4,5%), pode arrefecer um pouco no corrente ano (5,7%), porém ainda estruturalmente sustentada pelos pesados gastos públicos e conjunturalmente alimentada pela falta de chuvas e calor recorde que já provoca aumento no preço dos gêneros hortifrutigranjeiros e afeta o desenvolvimento e produtividade do milho e soja, inevitável racionamento de água e energia e necessário repasse de correção às tarifas das termelétricas.

Além, sobretudo, sob efeito do câmbio e da desvalorização do Real, acentuada mais recentemente pelo enxugamento monetário executado pelo Federal Reserve/USA (corte mensal de U$ 10 bilhões), embora a taxa de câmbio efetiva do Banco Central dos Bancos Centrais (EER/BIS) reserve ainda mais espaço para desvalorização da moeda brasileira. É importante salientar que essa variação ante a moeda de troca tende favorecer as empresas com receita em dólar e aquelas com boa parte da produção exportada, e inversamente pressionar os fornecedores de bens de consumo doméstico e o setor financeiro.

Embora a vulnerabilidade econômica dos emergentes tenha aumentado, o Brasil, por sua vez, já ocupa o penúltimo lugar no ranking, atrás apenas da Turquia, de acordo com o índice do CEIC/Euromoney Institutional Investor Company, e pode piorar sobremaneira por conta do suposto rebaixamento da nota de crédito, a ser atribuída em futuro próximo pelas agências internacionais de classificação de risco.

A tendência de deterioração das contas externas continua influenciada negativamente por causa do protecionismo comercial argentino aos manufaturados brasileiros, da concentração da pauta exportadora de commodities principalmente para a China que promete crescimento menos vigoroso (9,5% em 2014 e 10% em 2013), e também  por conta da fuga de dólares motivada pela percepção ruim e seletividade dos investidores estrangeiros.

A flagrante degradação dos índices econômicos listada afetou o desempenho de diversas cadeias produtivas, a agropecuária, por exemplo, sequer avançou no último trimestre do ano passado, e por conseguinte, a demanda por rações mais suplementos, estimada em 64,6 milhões de toneladas, contabilizou praticamente a mesma marca verificada em 2012.

As previsões anteriormente listadas foram baseadas nas simulações moduladas pelos anúncios das respectivas associações representativas de criadores, produtores e exportadores, embasadas respectivamente no crescimento no consumo de carnes, ovos, leite e organismos aquáticos. Resultaram então com alguma dose de otimismo, na contabilização de quase  67 milhões de toneladas (64,4 milhões tons de rações + 2,2 milhões tons de sal mineral) nesse ano de Copa do Mundo, embora os hipotéticos imprevistos do período pré-eleitoral fazem pairar uma nuvem de incerteza que justifique ainda certo pessimismo.

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