A hipotética capacidade de os antibióticos usados em animais desencadear resistência bacteriana em seres humanos parece cada vez mais convincente às tradicionais redes de comida rápida, algumas cadeias de hipermercados e outros gigantes processadores de alimentos. Esse movimento crescente também vem mirando as autoridades públicas, mundo afora, na tentativa de pressioná-las a limitar o uso dessas ferramentas de tratamento, prevenção e controle das enfermidades e melhoria da produtividade zootécnica, à exemplo da União Europeia que proibiu o uso deles com base no princípio da precaução.
Por essas e outras razões, torna-se relevante alertar a opinião pública em geral, e sobretudo, o consumidor com renda mais comprometida, que qualquer eventual modificação promoverá ajustes na dinâmica da cadeia produtiva das carnes, leite e ovos com repercussões diretas nos seus preços de venda e quantidade ofertada.
Ariovaldo Zani é médico veterinário, professor MBA/PECEGE/ESALQ/USP