Alimentação animal deve encerrar ano na estabilidade
“Aumento de produção em alguns segmentos não compensou retrocesso de outros”
São Paulo, dezembro de 2013 – Após retração de 3% em 2012, o setor de alimentação animal registra estabilidade de janeiro a setembro de 2013, com relação ao mesmo período do ano anterior, contabilizando a produção de 46,5 milhões de toneladas de ração, segundo dados do Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações). A tendência é de que o ritmo do setor se mantenha até o final deste ano com produção estimada em 63 milhões de toneladas. “A estabilidade deve ser mantida, talvez um sutil crescimento, caso o segmento de avicultura de corte tenha forte resposta nos últimos três meses”, explica Ariovaldo Zani, vice-presidente executivo do Sindirações.
Setores como suinocultura, bovinocultura e avicultura de corte registraram queda até setembro. No caso da bovinocultura, a depreciação foi de 4,2% em relação ao ano passado, devido, entre outros fatores, ao alto preço do bezerro que desestimulou a reposição do boi gordo. O destaque positivo foi a aquicultura, que até setembro produziu cerca de 550 mil toneladas de rações para peixes e camarões, 12,2% superior ao mesmo período do ano anterior.
No ano passado, o retrocesso do setor de alimentação animal foi motivado pela alta dos preços do farelo de soja e do milho, escassez de capital de giro, recuperações judiciais requeridas por produtores descapitalizados, dentre outros fatores. Para Zani, em 2013 a perda de competitividade e produtividade das cadeias de produção animal comprometeram a esperada recuperação. “Essa situação foi acentuada pela persistente insegurança jurídica, falta de clareza sobre direitos e deveres, sucessivas alterações nas legislações e marcos regulatórios, além da burocracia estatal permeada por excessivos e complexos procedimentos e a asfixiante carga de impostos que onera os preços por conta do sistema cumulativo de tributos”, afirma.
“A estimativa de crescimento do PIB para o Brasil não é animadora. O índice de pouco mais de 2% reflete a pressão dos estreitos gargalos da infraestrutura local e da ineficiente diplomacia voltada ao comércio internacional travada no apático multilateralismo e alheia aos acordos bilaterais”, completa.
Zani destaca ainda incidência de PIS/COFINS no setor, tornando a cadeia produtiva de alimentação animal cada vez mais cara. Ainda em 2010 o entendimento do setor, estabelecido com o Ministério da Fazenda, para redução do preço ao produtor e a simplificação dos procedimentos contábeis não foi satisfatória e a desoneração requerida foi, apenas, parcial. Diante da queda da lucratividade pela absorção integral do custo do não aproveitamento dos créditos pagos na aquisição dos ingredientes e por conta da necessidade da extensão do benefício para cumprimento do princípio da isonomia às cadeias produtivas ainda não contemplada, o Sindirações apresentou estudo atualizado com nova modelagem e respectiva soluç&at ilde;o compensatória à renúncia fiscal. Em meados do ano corrente, o Congresso Nacional aprovou proposta de desoneração apropriada ao setor que, contudo, foi vetada pelo Executivo.
Apesar da aproximação das festas de final de ano, que devem elevar o consumo varejista e impulsionar a produção de alimentos para animais, o desempenho do setor no último trimestre não deve surpreender o mercado, tornando real a hipótese de estabilidade em comparação à 2012.
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Boletim Informativo do Setor – Dezembro 2013