Comitê de Pet do Sindicato estuda como reduzir carga tributária de rações
O Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações, São Paulo/SP) representa o principal fórum de discussões de todos os temas relacionados à alimentação animal. Entre seus associados, encontram-se fábricas de ração comercial, indústrias de premix, produtores de suplementos minerais, fabricantes nacionais e multinacionais de ingredientes e matéria prima, traders, agroindústrias, granjas, entre outros, representando 90% da produção do setor.
Todo esse trabalho vem sendo realizado desde 1953 e, em 03 de janeiro deste ano, atingiu seus 65 anos de atividade. Como destacado pelo vice-presidente Executivo do Sindicato, Ariovaldo Zani, a importância do Sindirações para a indústria brasileira do setor de alimentação animal se justifica pelo fato de que empresas privadas não podem, não devem e não conseguem caminhar sozinhas. “Elas precisam realizar um trabalho a quatro mãos com o poder público. Dentro deste cenário, o Sindirações funciona como um elo entre as partes, em favor dos interesses da maioria dos seus associados, como dita a democracia”, comenta.
Sendo assim, Zani conta que o Sindicato tem atuado como um representante do setor junto ao Ministério da Agricultura, da Indústria e Comércio Exterior, do Ambiente, do Trabalho, da Fazenda/Receita Federal, às Secretarias Estaduais, aos órgãos aduaneiros e entidades nacionais e internacionais, como a Feedlatina e a International Feed Industry Association/IFIF. “No Sindirações, todo associado, independentemente do porte, tem o mesmo direito a voto e atendimento”, revela.
Atuação
Faz parte do escopo da entidade, oferecer assessoria jurídica, trabalhista, tributária, técnica, regulatória e contábil aos associados, de acordo com Zani. “Além disso, realizamos estudos técnicos-científicos, pesquisas mercadológicas e cálculos econométricos e organizamos conferências e seminários científicos. Também promovemos treinamento de profissionais na ciência da qualidade e no aperfeiçoamento técnico a auditores das agências de certificação, fiscais federais, especialistas das industrias e consultores”, elenca.
O Sindirações ainda conta com comitês para o debate de temas específicos, como métodos analíticos/ensaios laboratoriais, organismos aquáticos, assuntos regulatórios, boas práticas de fabricação, recursos humanos, crédito e cobrança, assuntos tributários, aditivos nutricionais, entre outros. “No comitê de Pet, um grupo de especialistas discute alternativas viáveis para o atendimento das exigências científicas do órgão regulador (rotulagem e benefícios funcionais) e estuda, economicamente, como reduzir a carga tributária e ampliar a comercialização de alimentos para cães e gatos frente às oportunidades impulsionadas pela classe média emergente, a nova classe C, que já representa mais da metade da população brasileira”, narra o vice-presidente.
Ainda segundo ele, todo o trabalho tem se mantido mesmo diante da Reforma Trabalhista, que categorizou a contribuição patronal como facultativa. “Tem sido um desafio, mas o staff não economiza esforços para manutenção da qualidade dos serviços prestados. Contamos com uma equipe enxuta, com quatro profissionais, incluindo a advogada Amanda Zangrando, o médico-veterinário Bruno Caputi, o administrador Alvino Martins, e eu mesmo. De acordo com instruções dos Conselheiros da entidade, temos racionalizado gastos e otimizado investimentos para garantir a saúde financeira da entidade”, compartilha.
Uma grande mudança do setor está relacionada à sustentabilidade, como mencionado por Zani, que aponta que os Estados Unidos e a União Europeia têm se mostrado preocupados com o ciclo de vida e pegada de carbono dos insumos utilizados na alimentação animal e, em breve, por meio de uma iniciativa do Sindirações, o Brasil estará, oficialmente, integrado a esse grupo, intitulado Global Feed Life Cycle Assessment Institute/GFLI. “Somos o terceiro maior produtor mundial de rações para animais e imbuídos de demonstrar nosso cuidado com o meio ambiente, incluindo a preservação das florestas. Naturalmente, também temos notado grandes avanços relacionados à tecnologia que acirra a competitividade, seja por meio de processos, equipamentos, instalações ou expertises”, considera.
Em contrapartida, esse mesmo avanço tecnológico, segundo Zani, tem facilitado a proliferação das temidas “Fake News”, notícias que enganam ou confundem o receptor, principalmente as relacionadas à seleção dos ingredientes, ao processo de produção das rações. “Essa realidade tem trazido ao Sindirações o desafio de manter constante atenção para desmistificar boatos e esclarecer, com base em informações técnicas e científicas, dentro de uma linguagem adequada e entendida pelo público-alvo”, expõe.
Por Cláudia Guimarães, da redação – claudia@ciasullieditores.com.br