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Pensar… Comer… Conservar. Diga não ao desperdício!

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O título remete ao slogan sugestivo que incentiva a redução do desperdício e objetiva aliviar a pressão sobre os já escassos recursos naturais, originalmente “Think-Eat-Save: Reduce your feedprint”, campanha promovida pela FAO em conjunto com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente/PNUMA.

O alerta faz refletir sobre a importância de modular eficientemente a produção e a distribuição dos alimentos, diante da demanda contínua e crescente, justificada pela evolução demográfica e de renda até 2050.

A FAO publicou ainda em 2013 o estudo “Food Wastage footprint”, com estimativas dos impactos ao meio ambiente causados pelo desperdício de alimentos. As perdas respondem, em média, pela emissão de mais de 3 bilhões de toneladas de gases de efeito-estufa, consumo de 250 bilhões de m3 de água, 1,4 bilhão de hectares de terras cultiváveis e teima desafiar a segurança alimentar e comprometer os esforços para mitigação dos impactos ambientais e a diminuição da mobilização dos recursos disponíveis.

É algo em torno de 1,6 bilhão de toneladas de gêneros comestíveis desperdiçado e suficiente para alimentar mais que o dobro dos atuais 842 bilhões de famintos. Ou seja, um terço dos alimentos produzidos é perdida a cada ano, dos quais 1,3 bilhão de toneladas durante a manipulação pós-colheita, processamento e armazenamento nos países em desenvolvimento.

Outros 300 milhões de toneladas, por sua vez, tem sido desperdiçados nos países ricos, frente aos excessivos padrões de qualidade que supervalorizam a aparência e outros atributos físicos e do comportamento perdulário do consumidor na preparação de porções exageradas, cujas sobras são jogadas no lixo.

É interessante salientar que durante a Idade Média, elementos como a divisão social, nos quais grupos abastados concentravam mais alimentos do que os mais carentes, determinavam os motivos porque boa parte da população não tinha acesso aos gêneros alimentícios ou itens garantidores de sua sobrevivência.

Tal qual presenciamos no século 21, ao que parece, as crises famélicas da Idade Média não eram resultado apenas da produção ineficiente, mas também do acesso aos alimentos e da incapacidade de adquiri-los. Ou seja, as crises alimentares daquela época eram atribuídas à produtividade rural rudimentar, embora não constituísse a única causa da fome, já que havia lugares onde a produção e a produtividade eram superlativas e, mesmo assim, boa parte das pessoas padeciam subnutridas.

Esses fenômenos demonstram que a oferta de um bem em dado local, não garante que todos indivíduos reúnam capacidade para adquiri-lo, seja pela produção própria, criação de empregos, sistemas de preços ou constituição de reservas públicas. Em resumo, não é a escassez de bens que gera a miséria e a fome, mas sim a incapacidade de obtê-los.

A solução do problema é complexa, uma vez que na interpretação da pobreza é essencial considerar a natureza dos modos de produção, as bases das classes econômicas e as suas inter-relações, sendo ainda possível estudar a pobreza sistemicamente através de outras dimensões, além da monetária.

A pobreza, portanto, deve ser compreendida como a privação de capacitações básicas, circunstância em que o indivíduo não acessa adequada nutrição, educação e saúde, dentre outros fatores, e sem dúvida, a fome não se relaciona apenas com o índice de desenvolvimento da produção, mas também com os contextos político, econômico, social e ambiental que acabam por modular a capacidade de acesso da população.

Dentre as inúmeras manifestações da pobreza, a fome permanece assolando vidas em praticamente todas as regiões do planeta, enquanto as causas do fenômeno estão associadas tanto à ineficiência da produção, quanto ao desequilíbrio entre o rendimento e o número de consumidores.

It´s really food for thought!

Por Ariovaldo Zani

*Gabriel Zani/FFLECH/USP contribuiu na elaboração

Para ler a matéria na íntegra clique na imagem abaixo

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