A previsão do Banco Central para o PIB brasileiro em 2016 é de recuo de 3,15% (relatório Focus de 16/09/16), antevendo a continuada recessão da indústria de transformação e a queda no consumo das famílias frente ao mergulho dos investimentos e o aperto do crédito, muito embora, desde o processo de impeachment, o cenário tenha melhorado por conta da expectativa de reconstrução da política econômica. Contudo, as dúvidas em relação à capacidade política do Governo implementar os necessários reparos na assistência previdenciária, corrigir algumas extemporaneidades da ultrapassada legislação trabalhista e convencer as diferentes esferas públicas a limitar o teto dos gastos, contrapõem-se ao otimismo verificado nas previsões de recuperação progressiva da riqueza nacional. Ademais, o atraso na redução da SELIC, em boa parte, pode ser justificado pela inflação resiliente alimentada pelos preços dos itens não monitorados e viciosamente indexados a ela.
Concomitantemente, a melhora na educação permanece um desafio de longo prazo, o investimento continua caindo, a poupança segue muito baixa e a população continua crescendo, embora cada vez mais empobrecida. O PIB per capita recuou no ano passado e a estimativa para 2016 é de pouco mais de 15 mil dólares, enquanto no México aproxima-se dos 19 mil dólares, na Argentina ultrapasse os 22 mil dólares e nos Estados Unidos alcance quase 60 mil dólares, ou seja, quatro vezes a marca brasileira (IBGE, FMI). Leia mais…
Por Ariovaldo Zani