Volume negociado é de 9.514 toneladas de embalagens recicláveis certificadas de papel e papelão, plástico, metais e vidro
Solange Sólon Borges, Agência Indusnet Fiesp
A Fiesp realizou, no dia 27 de novembro, a primeira comercialização oficial dos Certificados de Reciclagem do Sistema de Logística Reversa de Embalagens. O resultado dessa primeira oferta foi de 9.514 toneladas de embalagens recicláveis certificadas, o que representa um dia de geração de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) dos municípios do Rio de Janeiro e Salvador juntos.
O valor total da comercialização dos certificados alcançou R$ 656.354,00. Em oferta, 3.657 toneladas de papel e papelão, 3.948 de plástico, 618 de metais e 1.291 de vidro. A oferta foi feita por cooperativas e empresas privadas de coleta e destinação de resíduos, e a demanda contou com empresas aderentes ao Sistema de Logística Reversa de Embalagens.
Integrante do processo, a Cooperlínia Ambiental do Brasil, localizada no município de Paulínia, o qual atende, ofertou e comercializou um volume total de mil toneladas de papel, papelão, plástico e metais, o que representa uma receita acessória de R$ 55 mil reais. E comercializou todo o seu lote ofertado. Segundo José Carlos da Silva, diretor presidente da cooperativa, o evento “foi fantástico e extremamente satisfatório em termos de comercialização”; a entidade já está preparada para a próxima rodada.
Wilson Santos Pereira, fundador e coordenador do Programa de Sustentabilidade do Projeto Vira Lata, disse que “neste primeiro momento é uma novidade para as cooperativas e para o próprio mercado, na cidade de São Paulo e no Brasil. Achamos positivo e queremos participar de outros com perspectivas mais interessantes ainda. Trouxemos plástico, vidro, sucata ferrosa e papéis, um volume em torno de mil toneladas”, totalmente comercializada, o que representa um mês e meio de movimentação da cooperativa. Baseado na megacentral Ponte Pequena, que atende a região central e parte da noroeste e oeste da cidade, Pereira reforçou a importância social desse trabalho, que não só agrega valor aos materiais que se comercializa com a indústria, mas que atende os 150 catadores que realizam esse trabalho. São 40 pessoas na matriz, na Raposo Tavares, e 92 na filial, a Ponte Pequena, sem contar o grande número de voluntários atuantes.
Sistema de Logística Reversa de Embalagens em Geral
Hoje, 28% do total de resíduos sólidos urbanos secos (RSU) são aterrados, mas são passíveis de reinserção no processo produtivo, enquanto apenas 2% seguem para cooperativas. A vantagem de um sistema coletivo é reduzir o custo do processo. O Sistema está ancorado em nota fiscal de comercialização das embalagens recicláveis que garante a sua rastreabilidade. Os dados da comercialização dessas embalagens são encaminhados a uma empresa certificadora responsável por verificar sua autenticidade, registrar e efetuar homologação (auditoria) das partes que efetuaram a comercialização. A partir dessa confirmação, o Sistema emite o certificado de reciclagem relacionado à quantidade de embalagens recicláveis retornadas ao processo produtivo. O certificado de reciclagem emitido pelo Sistema é individualizado por empresa aderente que necessita comprovar o estabelecido pela legislação vigente e, no caso do Estado de São Paulo, o atendimento à meta no momento da solicitação ou renovação de sua licença ambiental. Essa comercialização permite o controle e a transparência do processo, além do viés mercadológico, como mercado B2B, escala e concorrência. A New Hope Ecotech é a atual certificadora do Sistema, que é auditado pela Ernest & Young.