Apesar da previsão de crescimento, custos de produção podem representar perigo às perspectivas positivas, já que produtores de proteína animal podem passar a reduzir ciclos e alojamentos
Além do crescimento de 5,2% no primeiro semestre deste ano na comparação com o mesmo período de 2019, a produção de rações pode fechar 2020 com alta de 4,5% em relação ao ano anterior, projetando recorde de 81 milhões de toneladas, conforme explica o CEO do Sindirações, Ariovaldo Zani.
Apesar da perspectiva de aumento na produção, Zani afirma que os custos de produção, puxados pelos preços do milho e farelo de soja, podem diminuir a demanda, com produtores de proteína animal reduzindo o ciclo de vida dos animais ou alojando menos aves, por exemplo.
Entretanto, as exportações aquecidas e o mercado interno amparado pelo Auxílio Emergencial, cedido pelo Governo Federal, têm sustentado a demanda por rações, ainda que a proporção do preço da ração e do frango de corte, por exemplo, tenha uma disparidade grande.
“Entre outubro do ano passado e outubro deste ano, em reais, a soja aumentou 81% e o milho,86%, enquanto em dólar, esses insumos subiram 14% e 2,4%, respectivamente. A ração para frangos de corte, por exemplo, teve alta de 92%, enquanto o preço pago pela ave subiu 35%”, explicou.
Para o início de 2021, Zani projeta que deva ser um ano desafiador, com a possível retirada do Auxílio Emergencial, alta taxa de desemprego, o que pode reduzir o consumo de carnes, e o esforço da China em recompor os planteis suínos.
Podcast: Entrevista com Ariovaldo Zani – CEO do Sindirações sobre a Produção de Rações