Por conta de ocupar o pódio da produção internacional e reconhecido protagonismo exportador, a cadeia produtiva de proteína animal brasileira responde pela geração de milhões de empregos diretos e indiretos, é responsável por consideração fatia do PIB e contribui decisivamente no superavit da balança comercial, além de constituir atividade imprescindível para abastecimento e garantia da segurança alimentar doméstica e global.
Em 2022, o setor cresceu perto de 1,3%. Os resultados apontam para a produção de 82 milhões de t de rações. Melhor desempenho para suínos (aumento de 4,5%), bovinos de corte (2%) e cães e gatos (7%, ou 3,72 milhões de t). “Esperamos algum alívio no preço das commodities que utilizamos, tendo em vista que o Brasil deve ter uma safra robusta. Praticamente 70% do custo da ração de aves e suínos é milho e farelo de soja, muito embora o câmbio ainda esteja bastante desvalorizado”, expõe Zani.
Com o alto custo do milho e do farelo de soja, principais insumos da ração para aves e suínos de produção, produtores e profissionais da avicultura e suinocultura estão em busca de alternativas para garantir a alimentação dos animais. E uma solução pode estar nos cereais de inverno, como trigo, aveia, centeio, cevada e triticale.
Com o propósito de discutir formas de mitigar os impactos do déficit de milho através do uso de cereais de inverno na formulação de rações de suínos e aves, a Embrapa, por meio das Unidades Descentralizadas Suínos e Aves e Trigo, e o Senar/RS estão organizando o “Seminário Duas Safras: Cereais de Inverno na Alimentação de Suínos e Aves”. O encontro ocorre no próximo dia 14, em Porto Alegre (RS), no auditório da Farsul, no período da tarde.
Thiago Silva convida Ariovaldo Zani, CEO do Sindirações, sobre análise da produção de ração animal, de janeiro a dezembro do ano passado foram produzidos cerca de 82 milhões de toneladas, um crescimento de 1,3%.
A revisão para baixo de dados envolvendo milhões de toneladas de consumo de milho no Brasil, realizada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) na véspera, foi uma medida acertada, avaliou nesta quinta-feira o CEO do Sindirações, que representa o setor que mais consome o cereal no país.
A indústria de alimentação animal brasileira consumiu no ano passado mais de 50 milhões de toneladas de milho e algo em torno de 18 milhões de toneladas de farelo de soja. Aliás, ambos insumos representaram mais de 75% do custo da alimentação de aves e suínos, por exemplo. Os preços desses insumos (entre dezembro/22 e a média resultante do intervalo entre janeiro/15 e janeiro/19; praticados no Estado de São Paulo) avançou ao redor de 150%.
O CEO do Sindicato aponta ainda que, entre os setores do agro que adquirem rações, foram mais demandantes dos produtos aqueles que resultam em proteínas mais exportadas, como carne de frango, suína e bovina. Rações para aves poedeiras e vacas leiteiras, por exemplo, tiveram queda na produção.
A alimentação é essencial na cadeia de produção de proteína animal. Porém, os gastos com nutrição representam grande parte do valor investido na criação de aves, suínos e bovinos. Os preços dos principais grãos, milho e soja, além de insumos como aditivos, vitaminas e aminoácidos, impactam na gestão da atividade e, com a pandemia e a guerra entre Rússia e Ucrânia, têm se elevado.
Nos últimos dois anos, diante da pandemia da Covid-19, o cenário de incertezas não só atingiu a saúde da população, mas também a economia global nos mais diversos setores. Hoje em dia, mesmo com a vacinação e diminuição do número de casos da doença, muitos segmentos continuam enfrentando dificuldades na retomada das atividades e remissão […]