Safra recorde de grãos ajuda a reduzir custos enquanto demanda mantém crescimento
O segmento de rações para animais vem registrando taxas anuais de crescimento e a tendência é positiva, apesar das tormentas no horizonte. “A expectativa é de avançarmos entre 2% e 3% em 2023”, declara Ariovaldo Zani, CEO do Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações).
Em 2022, o setor cresceu perto de 1,3%. Os resultados apontam para a produção de 82 milhões de t de rações. Melhor desempenho para suínos (aumento de 4,5%), bovinos de corte (2%) e cães e gatos (7%, ou 3,72 milhões de t). “Esperamos algum alívio no preço das commodities que utilizamos, tendo em vista que o Brasil deve ter uma safra robusta. Praticamente 70% do custo da ração de aves e suínos é milho e farelo de soja, muito embora o câmbio ainda esteja bastante desvalorizado”, expõe Zani.
O executivo registra que a indústria de alimentação animal importa praticamente a totalidade dos aditivos nutricionais, zootécnicos e tecnológicos. A produção doméstica basicamente se resume à biossíntese de fermentação: leveduras, betaglucanos, probióticos e prebióticos.
O país adquire no exterior cerca de 500 mil t de aditivos (vitaminas, aminoácidos, enzimas, aromatizantes, conservantes, etc). “A situação permanece a mesma dos últimos anos. Considerando que a indústria nacional de alimentação animal é modulada pelo desempenho da pecuária (suprimento interno e exportação da proteína animal) e que não se vislumbram (no curto prazo) quaisquer investimentos em parque industrial para síntese química, a tendência é aumentar a dependência externa”, assevera.
O câmbio preocupa. “Gera consequências e acaba atrapalhando bastante, inclusive o comércio global. Então, se temos uma tendência de alta de preços, aqui no Brasil isso fica ainda mais acentuado por causa da desvalorização do real”, agrega. Leia mais…