Com o alto custo do milho e do farelo de soja, principais insumos da ração para aves e suínos de produção, produtores e profissionais da avicultura e suinocultura estão em busca de alternativas para garantir a alimentação dos animais. E uma solução pode estar nos cereais de inverno, como trigo, aveia, centeio, cevada e triticale.
Com o propósito de discutir formas de mitigar os impactos do déficit de milho através do uso de cereais de inverno na formulação de rações de suínos e aves, a Embrapa, por meio das Unidades Descentralizadas Suínos e Aves e Trigo, e o Senar/RS estão organizando o “Seminário Duas Safras: Cereais de Inverno na Alimentação de Suínos e Aves”. O encontro ocorre no próximo dia 14, em Porto Alegre (RS), no auditório da Farsul, no período da tarde.
A revisão para baixo de dados envolvendo milhões de toneladas de consumo de milho no Brasil, realizada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) na véspera, foi uma medida acertada, avaliou nesta quinta-feira o CEO do Sindirações, que representa o setor que mais consome o cereal no país.
No contexto global, o desenvolvimento político, econômico, social, ambiental e tecnológico atua como estímulo à sociedade contemporânea no sentido de inovar diante da complexidade e incerteza presentes e resultantes de um mundo altamente interconectado, que passa por profundas transformações, cada vez mais rápidas. Esses fatores, logicamente, impactam no agronegócio e na produção de alimento. Identificar tais demandas, analisar e compreender são atitudes fundamentais para o setor seguir no curso da evolução.
A indústria de alimentação animal brasileira consumiu no ano passado mais de 50 milhões de toneladas de milho e algo em torno de 18 milhões de toneladas de farelo de soja. Aliás, ambos insumos representaram mais de 75% do custo da alimentação de aves e suínos, por exemplo. Os preços desses insumos (entre dezembro/22 e a média resultante do intervalo entre janeiro/15 e janeiro/19; praticados no Estado de São Paulo) avançou ao redor de 150%.
Entrevista exclusiva com Ariovaldo Zani, CEO do Sindirações, para o Talk Fenagra. Confira!
Fechamento e balanço do setor de rações do ano de 2022.
O desafio é encontrar o equilíbrio entre a segurança alimentar e o cuidado com o meio ambiente, já que as práticas agropecuárias influenciam a sustentabilidade do planeta, assim como as necessárias medidas para mitigação das emissões comprometem os sistemas alimentares que abastecem os mais pobres.
O CEO do Sindicato aponta ainda que, entre os setores do agro que adquirem rações, foram mais demandantes dos produtos aqueles que resultam em proteínas mais exportadas, como carne de frango, suína e bovina. Rações para aves poedeiras e vacas leiteiras, por exemplo, tiveram queda na produção.
O agronegócio brasileiro tem ocupado posição destacada no comércio por conta das transações estrangeiras, caracterizada por robusto desempenho exportador, apoiada principalmente na expedição do complexo soja. Igualmente para a proteína animal, os recordes embarcados advêm de vantagens competitivas que são moduladas, pela disponibilidade e qualidade dos grãos da oleaginosa e seus derivados que alimentam os planteis de aves, suínos e bovinos.
A alimentação é essencial na cadeia de produção de proteína animal. Porém, os gastos com nutrição representam grande parte do valor investido na criação de aves, suínos e bovinos. Os preços dos principais grãos, milho e soja, além de insumos como aditivos, vitaminas e aminoácidos, impactam na gestão da atividade e, com a pandemia e a guerra entre Rússia e Ucrânia, têm se elevado.