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Match Point?

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No ano passado a população global correu e alcançou a marca de 7 bilhões e até 2050 essa maratona pode superar os 9 bilhões de habitantes, por conta do aumento da longevidade e à melhoria do padrão de vida, beneficiados principalmente pela excelência da alimentação e dos cuidados com a saúde. Essa evolução demográfica concentrada nos países em desenvolvimento continuará acompanhada do crescimento da renda das famílias, fatores que determinarão incremento quantitativo e qualitativo no consumo das proteínas de origem animal nos próximos quarenta anos.

O Brasil, já ocupa o pelotão de frente na disputa pelo fornecimento global de alimentos e deverá produzir daqui a 10 anos cerca de 11,4 milhões de toneladas de carne bovina, 3,7 milhões de toneladas de carne suína e 16,5 milhões de toneladas de carne de aves, de acordo com estimativas da Organização para o Desenvolvimento e Cooperação Econômica/OECD. Mais otimista e motivada pelos últimos índices apurados, a FIESP estima em 2021 a produção de 12 milhões, 4 milhões e 16,8 milhões de toneladas de carne bovina, suína e de aves, respectivamente, conforme dados do Outlook/ Brazilian Land Use Model/BLUM.

Até lá, o potencial desse vigoroso atleta exportador poderá abocanhar quase 45% do comércio internacional de carne bovina, aumentar em 46% as exportações de carne de frango, além de expedir 700 mil toneladas de carne suína. O consumo doméstico de frango, por sua vez, deve superar os 51kg/habitante/ano, enquanto o de carne bovina poderá ultrapassar os 43kg e a carne suína responder por quase 16kg. Somadas às carnes ovina, caprina, peixes e camarões consumidos, o cardápio do brasileiro estará próximo de 120kg, ou seja, consumo per capita alinhado aos medalhistas do Primeiro Mundo.

Essa intensificação da produção animal alinhada aos modernos conceitos de desenvolvimento sustentável delega importância crescente aos aditivos alimentares utilizados na cadeia produtiva por tornar a produção mais eficiente e a proteína animal mais acessível à população. Ano após ano, a importação desses moduladores do desempenho pecuário superam o crescimento proporcional atrelado à produção de rações e suplementos (quantitativo), por causa dos benefícios adicionais atribuídos aos ganhos de produtividade e preservação do meio ambiente (qualitativo).

As importações de vitaminas, aminoácidos, agentes melhoradores de desempenho e outros aditivos triplicaram nos últimos dez anos, saltando para 1,5 bilhão de dólares em 2011. É importante salientar que apesar dos ventos favoráveis que sopram as velas da nau brasileira pelas regatas internacionais e do fortalecimento da musculatura produtora de carnes, a importação crescente dos insumos para alimentação animal mantém um gargalo estratégico permanente, por causa da vulnerabilidade nacional frente à regularidade de fornecimento e também pelas eventuais câimbras e luxações que essa dependência pode trazer ao desenvolvimento da cadeia produtiva brasileira.

Trila o apito e é dado o pontapé inicial. Durante o jogo as demandas do funcionalismo e das agências federais, aparentemente justas e legítimas apontam faltas do Governo que colocam a sociedade na marca do pênalti, já que a corda sempre arrebenta do lado mais fraco. Alguns analistas concluem que pode ter faltado técnica, outros identificam tática de sobra na paralisação das atividades e/ou operações do tipo padrão que tem comprometido sobremaneira o fluxo de mercadorias. A interrupção na concessão de anuência prévia, paralisação do tráfego aeroportuário, inércia no desembaraço aduaneiro, atraso na conferência física das cargas e liberação dos insumos essenciais à produção, tempo excessivo para emissão de certificados sanitários, dificuldade no carregamento de navios e aviões e dificuldade na expedição dos produtos agropecuários determinam prejuízos milionários, interrupção das linhas de manufatura, manutenção dos empregos e acima de tudo colocam em dúvida a reputação dos empreendedores e a imagem do Brasil, considerado um dos favoritos na conquista da medalha de revelação na categoria fornecedor de alimentos do século 21 e anfitrião dos Jogos Olímpicos de 2016.

O flagrante esgotamento da capacidade de consumo doméstico, as permanentes dificuldades econômicas e políticas dos principais clientes internacionais, os estratosféricos preços do farelo de soja e do milho que encareceram absurdamente o custo de produção, a dificuldade na obtenção de crédito para capital de giro, os baixos preços pagos aos produtores pecuários e o recrudescimento dos pedidos de recuperação judicial dificultam o far play.

Arremesso de mandados de segurança à distância, saques sem defesa no arquivamento de processos, cheque-mate na concessão de liminares e a arbitragem na interpelação de recursos podem levar ao ringue o setor público e o privado. As apostas baseiam-se, acima de tudo, nos ideais olímpicos que fazem prevalecer a paz, a amizade, a lealdade e o respeito entre os competidores para que ao final da prova, independentemente do vencedor ou vencido, seja mantida a condução conjunta da tocha que durante os últimos virtuosos anos laureou essa vencedora equipe brasileira, cuja harmonia tem alimentado famílias sustentadas por atletas dos times público e privado.

Que a torcida ensaiada grite em uníssono: “Depois da tempestade, sempre vem a bonança”!

Ariovaldo Zani é vice-Presidente Executivo do Sindirações

Data:10/08/2012

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