“É apropriado alertar a agricultura que o exagero com a euforia pode levar a ignorar cuidados básicos com a própria segurança, enquanto o descuido da pecuária com a depressão poder provocar ideações suicidas.”
Definindo clinicamente com bastante simplicidade, a bipolaridade é marcada pela alternância entre episódios de depressão e de euforia, cujas crises podem variar em intensidade, frequência e duração. A analogia desse conceito, quando aplicada ao nosso pujante agronegócio, revela que os dois principais apêndices básicos, apesar de interdependentes, têm coexistido sob realidades bastante distintas.
A agricultura desfruta um estado de êxtase, acumulando recordes na receita apurada (firmada nas cotações internacionais) e na quantidade exportada (garantida pela forte demanda externa). Por sua vez, a pecuária daqueles que comercializam total ou majoritariamente no mercado doméstico, segue pressionada por custos proibitivos dos insumos (milho, farelo de soja e aditivos importados) e impedida de repassar esse ônus aos preços da proteína animal (carnes, leite e ovos) que nutre os depauperados consumidores locais.
Abusando da analogia, é apropriado alertar a agricultura que o exagero com a euforia pode levar a ignorar cuidados básicos com a própria segurança (inviabilizar financeiramente seu principal cliente), enquanto o descuido da pecuária com a depressão poder provocar ideações suicidas (excessivo desalojamento/confinamento dos animais e paralisação da cadeia produtiva). Leia mais…
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